domingo, 15 de novembro de 2009

Voluntários para uma casa

Sábado, 14 de Novembro 2009

Na manhã fria de meados de Novembro, os carros vão chegando ao bairro modesto na periferia de Jenks, pequena comunidade nos arredores de Tulsa, Oklahoma, e param frente a uma casa em construção, frente à qual está uma mesa, onde os mais adiantados já deixaram alguma comida e cafeteiras de café quente. É uma manhã de sábado, mas estas pessoas, grande parte reformados, mas também bastantes jovens, a ficarem na cama ou irem para o centro comercial, preferem dar o seu contributo voluntário para a construção de casas para os mais desfavorecidos. Neste caso para uma jovem mãe, Chianti, de 30 anos, e os seus dois filhos pequenas, de cinco e sete anos.
. Ed organiza o trabalho dos voluntários

"Estes são os verdadeiros americanos, a América verdadeira que não aparece nem nos filmes nem nos noticiários", diz-me, com um sorriso franco e saudável, Lois, uma voluntária que já passou a meia-idade.
O pessoal junta-se frente à mesa, onde Ed, o encarregado da obra, destina trabalhos, explica como se faz, organiza as tarefas.
"Este é um projecto inserido no programa 'Houses for Humanity', lançado por Jimmy Carter e apoiado por diversos grupos, entre os quais as igrejas, como esta de Jenks", explica-me Gary, que, também voluntário, arrastou-me para esta aventura de solidariedade.



Gary coloca o chão


Com efeito, esta comunidade evangélica, no âmbito de apoiar uma outra igreja mais pobre, comosta sobretudo por gente que provem de lares desfeitos e por antigos prisioneiros, lançou-se na construção da casa para Chianti, um dos membros da congregação. Primeiro, com a angariação de fundos para os materiais, depois com a mobilização de voluntários para a construção.
Nesta manhã, somos quase três dezenas de voluntários: uns, no exterior, a alisar a terra e a colocar o tapete de relva, outros, dentro de casa, a colocar as placas de revestimento do chão. Chianti e a sua mãe, Brenda, de 52, também ajudam activamente nas tarefas. A responsabilização através do trabalho fará com que a casa seja mais estimada.


Chianti e Lois, na colocação do chão


E toda a gente tem uma outra razão ainda para estar contente: a casa, que era previsto estar pronta para o Natal, vai estar, afinal, pronta no Thanksgiving, a quinta-feira em que se celebra o Dia de Acção de Graças.

Chianti, a mãe, Brenda, e uma das irmãs de Chianti


Entre os voluntários, está também o pastor da Igreja de Jenks, Tracy, que coloca a relva, ao lado de outros companheiros. Sempre bem disposto, tem uma palavra amigável, interessa-se por cada um.


Primeiro alisar a terra, depois colocar o tapete de relva

Aos poucos, a casa mostra-se na sua beleza final: um lugar acolhedor, simples mas confortável, porque pobreza não quer dizer, de modo nenhum, negação ao direito à dignidade humana. Apesar de haver por aí muita gente que pense que sim...
Aos poucos descubro a importância aglutinadora das comunidades religiosas na América profunda. "A zona central dos Estados Unidos é o que chamamos 'The Bible Belt' (A Cintura da Bíblia), comunidades cristãs, que levam muito a sério a Biblia e a prática do cristianismo em cada momento da vida real. E Tulsa é o centro deste 'Bilble Belt", explica-me a minha irmã Emilie.
Com efeito, em Tulsa populam igrejas de todas as orientações, desde a Católica à Mormon, passando por todas as variantes. Observo de perto esta sociedade e considero que uma pessoa pode não concordar com estas igrejas, em termos teológicos, mas não pode negar o importante papel que elas desenvolvem na organização da sociedade no interior norte-americano.

1 comentário:

  1. pobre no Brasil com uma casa dessa esta rico, muito legal esta igreja , ajuda deste tipo nunca vi, fiquei surpresa

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