quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Crónicas Urbanas: Castas e cartas


Dias Loureiro, quando era ministro da Administração Interna, foi fazer exame de condução, num evento público aberto aos jornalistas, como uma verdadeira festa. No final, o director geral de Viação, da época, sacou do bolso a carta de condução do ministro, já toda preparadinha e entregou-lha em não. Nem sequer foi posta a hipótese do 'patrão' chumbar no exame prático... (também, feito em parque fechado, em vez do trânsito selvagem como à maioria dos mortais...) E, enquanto a maioria dos portugueses esperavam, pelo menos, um mês pelo almejado documento, o senhor ministro já ali o tinha, de bandeja...

Agora, vemos a polêmica da carta náutica do ex-ministro das Obras Públicas e Transportes, Ferreira do Amaral. A diferença é que um obteve o documento quando estava no governo - não houve polêmicas -, o outro, quando o partido adversário do seu está no poder. Foi o que se viu...

Enfim, num caso de 'lógica natural das coisas', noutra corrupção...!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Crónicas Urbanas: a última anedota


Imaginemos que Barack Obama vai mesmo ter um cão de água português. O que vai acontecer?

Sempre que pisar um 'presente' do simpático bicho, dirá: "Oh Gosh! The portuguese shit again!!!"
(Já agora reparem o pormenor do telefone... começa bem, começa...)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Brilhantes e Brilhantina - Gaiteira


Olhando as fotos da última campanha de Madonna para promover o seu álbum 'Hard Candy', só apetece dizer a velha frase popular: "Olha a velha gaiteira armada em brasa!!!"

Crónicas Urbanas - Fugas


O tema da crise económico-financeira domina os nossos dias, pondo nuvens negras no nosso horizonte de todos os dias. Constantemente há fábricas a fechar e empresas a despedir massivamente trabalhadores. A crise em Portugal, na realidade, tem muito pouco que ver com a crise internacional. Tem que ver com a destruição do tecido produtivo, alegremente levado a cabo pelos sucessivos governos socialistas e sociais-democratas. Tem que ver com a venda que os nossos governantes fizeram das nossas vidas aos interesses estrangeiros sob a capa da União Europeia, sem nos consultar e sem aplicar devidamente no verdadeiro progresso, o progresso humano, os milhões por que fomos comprados.

Mas pior que tudo, é a chusma de empresários sem escrúpulos, que olhando apenas ao lucro, de preferência chorudo, aproveitam o sindroma da crise para despedir a eito, fugindo assim à responsabilidade social que as empresas têm no tecido social. Mete nojo.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Brilhantes e Brilhantina - Chissa!


O actor Verne Troyer, famoso pelo papel de 'Mini-me' nos filmes de Austin Power, embebdou-se e com a tosga acabou por cair do mini-triciclo motorizado que conduz. Pois é: motas e álcool é mau casamento...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Brilhantes e Brilhantina - Pesadelos do photoshop

Vou ali vomitar e volto já...

Crónicas urbanas - Borrar a foto


Quando uma central sindical reclama do governo um aumento salarial de cinco por cento e só dá aumentos de três por cento aos seus funcionários, convenhamos, não fica nada bem na fotografia... Por isso é que há certa esquerda que não me convence lá muito.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Marcas do Caraças! - Kona


Olha se chegasse a Portugal esta marca de café. Havia de ser bonito!

Crónicas Urbanas - Sabor a uvas e figos

(moita61/flickr)

Foi um telefonema rápido, com a voz entrecortada pelo stress. Foi um telefonema rápido e inesperado que me gelou o sangue, como são sempre estes telefonemas. Ana tinha morrido, havia já uma semana. E ainda nessa manhã pensara nela, pensara em lhe telefonar para saber como estava, porque a sabia adoentada, nos seus mais de 80 anos completamente lúcidos e independentes. E realizei que falara com ela um par de dias antes dela morrer. Queixara-se de uma dor que a apoquentava e de se sentir um pouco em baixo. Mas também se interessara pelos bem-estar, amores e desamores deste 'seu menino'.
Falar de Ana é recordar uma mulher do Alentejo, beleza morena nos seus tempos de juventude, leal nas suas amizades, presença serena nas nossas vidas. A primeira recordação que tenho dela, remonta aos meus três ou quatro anos, vindo de um tempo ainda em que era criada pessoal da minha tia-avó: pegava-me ao colo, chamava-me 'menino Joãozinho' e dava-me uvas e figos. E a mim, intrigava-me o sinal que ela tinha ao canto do lábio superior. E os olhos de Ana eram grandes, escuros e doces...
Mas Ana, nessa altura, também era - e eu não o sabia ainda - uma mãe-coragem. Viera de uma aldeia da Serra do Mendro, Santana. Enviuvara muito cedo, nem sei se chegaria a ter 30 anos. Nos braços uma filha pequena, Candelária. Ana nunca voltou a casar nem a viver com homem algum. Veio da aldeia para a Vila. Para a casa da minha tia-avó e após a morte desta, em casa do meu primo e padrinho, Fernando Pulido. Mas não parou e quis dar uma melhor educação e vida à filha e em breve abalou para Lisboa, mais uma a juntar-se à já vasta mole de emigrantes alentejanos na Grande Cidade, vivendo no então bairro clandestino da Brandoa. Torna-se cozinheira, com as mãos e os rituais mágicos que só as alentejanas sabem ter na cozinha. Foi ajudada nesta sua nova aventura, porque quem a ajudou reconheceu nela a mãe-coragem, a mulhr serenamente destemida, a mulher de trabalho e confiança. A heroína discreta e simples como só as mulheres sabem ser.
Ao longo dos anos, e apesar da distância, manteve uma relação de grande amizade e dedicação conosco: com as minhas tias e depois da morte delas, comigo e alguns dos meus irmãos, aqueles de quem sabia a morada ou o telefone. Regularmente telefonava-me a saber como eu estava. Telefonemas que se intensificaram depois da morte da última das minhas tias. Preocupava-se comigo, com o sempre 'menino'. E cada telefonema ainda tinha o sabor das uvas e dos figos que me dava, quando me pegava ao colo...

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Crónicas Urbanas - Sorrisos fechados


Correggio, Retrato de um jovem, 1525
Um estudo universitário revela que os portugueses têm, hoje em dia, um sorriso fechado. Há quem atribua este facto às condições económicas cada vez pior que vivemos, em especial nos últimos oito anos, com o poder de compra em queda acentuada. E quando se vê o ordenado cada vez mais a minguar, face aos dias do mês, certamente que não há sorriso aberto que se aguente.

Um outro estudo, mais antigo, indicava que as pessoas, a viverem sob regimes ditatoriais, têm tendência a vestir cores escuras e roupas pesadas e fechadas, tapando mais o corpo.

Fazendo um paralelismo, não será que, sendo as roupas escuras e fechadas uma reacção às ditaduras, estes sorrisos fechados não serão o indício de um outro tipo de opressão?

E quem nos devoverá o sorriso?

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Crónicas Urbanas - Amorfismo



(Protestos em Hamburgo/Indymedia)


Não sei se é do frio ou se é da quebra das consciências e vontades, mas a sociedade portuguesa, parece amorfa. Olhamos para o lado e não nos preocupamos mais com as misérias que correm ao nosso lado, presa que está a nossa atenção em mais um conflito israelo-árabe, na tensão indo-paquistanesa, na crise financeira que faz rolar as cabeças de uns quantos ricaços e 'manda-chuvas' bancários. De olhos vendados estamos para a realidade que se nos abre, depois que fechou-se a torneira dos dinheiros comunitários. De olhos vendados estamos para as manobras que quem está no Poder e matou o idealismo de uma vida melhor. De olhos vendados estamos para a capacidade de rebelar e de gritar alto e bom som, que estamos a ser escravizados. Estamos amorfos!!!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Crónicas Urbanas - Frio

(beppe 610/www.flirkr.com)


A costumeira vaga de frio invernal chegou em força. A Protecção Civil lançou alertas amarelo e laranja por todo o País. As pessoas comentam na rua a friagem que faz e parece que desde há 50 anos, as temperaturas mínimas de cada Inverno descem mais e mais.

É possível que as transformações climáticas, acentuadas pelo efeito de estufa, devido à poluição e à gradual desertificação hidrológica, façam acelerar os processos, sentindo-se agora em poucos anos o que, ao longo da história da Terra, levava séculos a acontecer.

Porém, para além do frio físico, existe o frio dos sentimentos, existe o frio psíquico, existe o frio de desamor, a que as dificuldades como o desemprego, a precaridade, a perda de rendimentos, o tratamento desumano, trazem um peso maior. E são estes frios da alma que matam os nossos corações, a nossa condição humana.

Brilhantes e Brilhantina: Foto preciosa


Amy Winehouse, num momento precioso, expoente da sua beleza...

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Voltar à escrita

(Adoração dos Reis Magos - Museu Grão Vasco)


Voltar à escrita não é fácil. Nunca é fácil. Por muito prazer que dê, há fantasmas que se tenta ultrapassar. E por vezes não se consegue.


A minha vida mudou e com ela também a minha visão sobre o mundo. Não sei se para melhor ou pior.


Adiante.


Para recomeço, quero contar um facto.





Sensível aos problemas das mães adolescentes, Sofia Ribeiro teve a ideia, a Italian Motor Village (IMV) liderou os apoios e a Maya, através da 'Maya Eventos' levou a cabo a execução. Deste modo, várias figuras públicas contribuíram para a Associação Ajuda de Mãe, através de um Jantar de Reis, cuja receita reverteu totalmente para esta instituição social.

Até aqui tudo bem e meritório, até porque, ao contrário do que é hábito deste tipo de coisas, em que apenas uma pequena percentagem do dinheiro recaudado é que chega às instituições, neste caso, a IMV com os seus associados ofereceu o jantar, revertendo o valor das inscrições dos participantes totalmente para a Ajuda de Mãe. Um belo presente, numa data que recorda a visita dos Reis Magos ao Menino Jesus, levando-Lhe incenso, mirra e ouro.

Mas há uma face negra. E a Maya, conhecida por não ter papas na língua, publicamente pôs o dedo na ferida: "Não cito nomes, mas houve convidados, só porque o jantar era pago e de solidariedade, recusaram ir e ainda fizeram comentários depreciativos". Pois aqueles do mundo de ouropéis e brilhantes, que gostam de aparecer como estrelas, mas que se hoje recusam dar 30 euros por um jantar de solidariedade, amanhã são capazes de gastar 300 na maior das futilidades, só por ostentação...