terça-feira, 24 de novembro de 2009

Tragédia da guerra

Entrada do Parque-Museu de Wilson Creek, Missouri

A guerra é um dos acontecimentos mais trágicos na história da Humanidade. E mais trágico ainda quando se trata de uma guerra civil, onde vêm ao de cima os rancores pessoais, bairristas. Enfim, a barbárie da barbárie.
Com uma história relativamente recente, os EUA foram dramaticamente marcados pela Guerra Civil, entre 1861 e 1865. Este impacto tem especial relevo nos Estados do Sul, onde se desenrolaram a maioria dos combates entre a União (Norte, sob as ordens do presidente Abraham Lincon) e os Confederados (sob as ordens do presidente Jefferson Davis).
No inicio do conflito, os chamados 'Estados Fronteiriços', Maryland, Kentucky e Missouri, mais ou menos situados entre os dois blocos e com posições de interesse estratégico para ambas as partes, estiveram mais tentados a manter uma posição neutra, atitude nada satisfatória para os beligerantes.


Os Estados fronteiriços às partes em conflito, assinalados a cinzento

Neste contexto, o Missouri tinha um alto valor estratégico: não só pela sua riqueza humana, mineral e agrícola, como também por ser o cruzamento de dois importantes caminhos: as ligações Califórnia/Oregon (norte/Sul) e as rotas para Santa Fé e as da Pony Express (Este /Oeste), tendo ainda em linha de conta a ligação entre os rios Missouri e Mississipi, pela embocadura do rio Ohio. E com as ambições centradas no Estado, os simpatizantes locais de ambos os lados, cedo pressionaram a situação, até se entrar num conflito aberto.
Os campos de Wilson Creek, cerca de 20 quilómetros a sul de Springfields, junto à casa do fazendeiro John Ray, foram palco de uma das principais batalhas, depois conhecida pelo nome deste local.Wilson Creek (Ribeira de Wilson)

Os combates ocorreram a 10 de Agosto de 1861. Foi a maior batalha deste período a Oeste do Mississipi, envolvendo 6.000 soldados da União e 12.000 confederados, inclusive a Mussouri State Guard, uma força de milicianos inicialmente criada para defender o Estado de agressões quer do Norte, quer do Sul e que, posteriormente, se viria juntar aos Confederados. Crê-se que com os mais de 2500 mortos, foi o episódio bélico que, até então, vitimou mais cidadãos norte-americanos, desde a declaração da Independência, em 1776.
Os campos de Wilson Creek estão hoje preservados num parque que, com o respectivo museu, relembra os vários aspectos, mais ou menos dramáticos deste conflito fraticida. Nas salas de exposição, além de um vídeo que reconstituí a batalha e analisa os factos, são mostradas as estratégias dos generais, uniformes, armas.






Hoje, ao passear por estes campos calmos, no final de Outono, quase que nos custa a acreditar que ali um dia troaram os canhões, a vomitar fogo e morte e que milhares de homens encontraram o fim da sua vida...



A várias de dezenas de quilómetros de Wilson Creek, já no Estado do Arkansas situa-se Peas Ridge, a outra pagina sangrenta desta história da Guerra Civil Americana.
Peas Ridge, Arkansas


Com as batalhas travadas neste local entre 7 e 8 de Março de 1862, a União conseguiu assegurar definitivamente o Missouri para o seu lado. Nestes dois dias combateram 10.250 soldados da União, metade dos quais formando o contnigente de emigrantes alemães de St. Louis, contra 16.000 militares confederados, entre os quais se contavam 800 soldados índios cherokees.
Trincheiras em madeira, onde os soldados aguardavam os ataques



No total, 3.384 baixas, entre mortos e feridos, para ambos os lados.
Hoje, 147 anos depois, Gary Smith olha os campos de batalha onde o seus tetra-avôs e um irmão, integrados na Missouri State Guard, perderam a vida...
Terá valido a pena?




Sem comentários:

Enviar um comentário